Escrevo este artigo tendo por base estas 2 questões que me assolaram quando um dia me vi confrontada com esta realidade de mudança.
É importante dizer que num processo de mudança não existe uma abordagem correta, um modo mais adequado de viver essa mudança, nem uma idade ideal para…até porque o contexto em que ocorre pode ser muito diverso e o estádio em que a pessoa está também.
No meu caso a mudança aconteceu quando eu tinha 51 anos e nessa altura senti ter mais energia, mais calma, tranquilidade mesmo e uma curiosidade capaz de olhar para os desafios como uma provocação saudável — vamos a eles que eu sou capaz!! Em momento algum, a dúvida “tenho idade para?” me surgiu na mente porque para mim, sentia-me mais capaz aos 51 que aos 41 (esta sou eu) e talvez por isso, quando ouço dizer que “já não tenho idade para mudar”, “já não tenho energia para competir com os mais novos” e pior ainda, “burro velho não aprende línguas”, tenho vontade de dizer:
sim, é verdade que a energia é diferente mas a experiência também E que o ser humano está em constante evolução. E que, se nos estimularmos de forma contínua, as nossa funções cognitivas continuarão ativas, ou seja, só nos sentiremos incapazes na medida em que acreditarmos que uma determinada idade é profecia de incapacidade — neste caso, mais dia, menos dia, assim ficaremos.
Que segredo? Que inspiração para ter energia, tranquilidade e essa confiança? perguntam-me frequentemente, mas não há uma formula mágica, nem uma resposta singela, nem o processo é livre de receios, medos, desafios (afinal faz parte da natureza humana privilegiar o conhecido, a rotina e quando isso falha surge o desconforto) mas podemos lidar com essa insegurança através de um conjunto de ações positivas:
· Reconheça que tem medo de mudanças — aceitar que é natural
· Se for útil, falar sobre o seu medo — dê-lhe um nome
· Trace um objetivo, um foco, mas se tiver dúvidas mude, altere — lide com a situação de forma calma, tranquila
· Pense nas ações possíveis alinhadas com o seu objetivo
· Rodeie-se de pessoas que o podem ajudar, inspirar, ensinar
É, precisamente a última ação “rodeie-se de pessoas…” que eu considero ser O fator diferenciador quando estamos a pensar na mudança ou quando já estamos em mudança. Se me pedissem 1 conselho, tendo por base a minha experiência, diria apostem na vossa rede de contactos e trabalhem essa rede, porque se o fizerem como é devido será mais fácil conectarem-se com um novo desafio pessoal ou profissional.
Cristina Tomé
Coach, Consultora e Mentora em Empresas e Organizações Sociais